domingo, 1 de junho de 2008


BEM VINDOS!

Nesta primeira edição do Guru podem encontrar uma entrevista aos Cinemuerte e aos You Should Go Ahead, uma dissertação sobre o Outro Lado dos Festivais, Críticas aos Álbuns de Primitive Reason, Riding Pânico, You Should Go Ahead, Micro Audio Waves e ao EP de Linda Martini. Encontram ainda Notícias sobre o mês de Junho e Reviews de concertos de Maio. São ainda introduzidas algumas bandas de garagem, como os Before The Torn, Saiif Adell, Porn Sheep Hospital, The Doups e os His Sad Quote. E finalmente, existe um texto sobre a Influência da Música na Sociedade e outro sobre Pearl Jam - Nirvana - Analogia com o Grunge em Portugal. Podem consultar todos os artigos carregando na categoria respectiva à esquerda.
As notícias vão ser actualizadas diariamente, sempre que assim s e justifique. Futuramente teremos também Passatempos, tal como reviews dos concertos actualizados.
Pedimos para tal, apoio total de todas as bandas nacionais, sendo que agradeciamos que nos mandassem as datas dos concertos e outras informações que julguem importantes para o nosso email: projectoguru@gmail.com
Pedimos também a todos os que lerem o blog, que o divulguem o máximo possível, porque o objectivo é responder ao 'boom' que se verificou nos últimos anos na música portuguesa, e para tal é necessário algo que ajude as bandas a conseguir maior destaque.
De frisar que não queremos rivalizar com nenhum blog, apenas pretendemos ajudar o que é nacional, deste modo, bom trabalho para todos os outros blogs nacionais.
É tempo de união entre as bandas e artistas musicais nacionais, é tempo de expandir a música portuguesa e dá-la a conhecer a toda a gente.
Agradecemos finalmente à Sophia Vieira e ao João Vaz dos Cinemuerte, por nos terem concedido a entrevista e terem demonstrado o seu apoio desde o início do Guru, à Inês Vicente e ao João Lourenço dos You Should Go Ahead, pela entrevista, ao Gonçalo Duarte por toda a informação disponibilizada, ao Miguel Galrinho, pela revisão de todos os textos, à Maria Filipa Pereira, dona da máquina fotográfica utilizada nas entrevistas e a todas as bandas que demonstraram o seu apoio e ao Rodolfo Reis, por ter cedido gentilmente o boneco do 'Guru'.
Um muito obrigado a todos e ajudem-nos a divulgar este projecto, apoiando cada vez mais o que é nacional.

Diogo Capela, João Fernandes e Rafael Martinez Cláudio
NOTÍCIAS DE JUNHO


Neste mês de Junho temos grandes concertos e grandes notícias para das bandas portuguesas.
Destaque inicial para a Punktailor, a realizar já dia 7, no Tuatara em Lisboa. Evento que começa as 16 horas e que conta com a participação dos Espanhois Dellamorte Dellamore, os lisboetas Day of The Dead, os Ho-Chi-Minh oriundos de Beja, que vão apresentar temas do seu álbum de estreia, os setubalenses Hills Have Eyes, que no passado dia 11 de Maio lançaram novas músicas, os We Are the Damned, que contam com membros da banda de culto portuguesa 'Twenty Inch Burial', os Satans Revolver, que são uma mega banda formada por músicos oriundos do melhor que a música portuguesa tem e finalmente, os Raised By Wolves, que são aguardados com enorme expectativa.
Destaque também para o PHEARFEST VI,a 21 de Junho em Leiria, no Beatclub, que junta desta vez os One Hundred Steps, que vão apresentar o álbum de estreia "Human Clouds", os The Aster, que em Fevereiro editaram o seu álbum, e os Triplet, que estão claramente em 'altas', após o lançamento do seu videoclip na MTV.
Merece também destaque o mega-concerto que irá acontecer no dia 26 deste mês, no musicbox em Lisboa. Before The Torn, Blacksunrise e We are the Damned vão demonstrar ao público porque são as melhores bandas do género em Portugal.
Os Before The Torn estão a compôr e começam a gravar dia 10 de Junho no Ultrasound Studios em Braga, com Daniel Cardoso. A mistura e masterização será a cargo do Ricardo Espinha. Vão brevemente apresentar um novo baterista e o novo álbum será lançado ainda este mês.
Os Men Eater também se encontram em estúdio a gravar um novo EP.
Os Cinemuerte vão lançar o seu novo álbum intitulado 'Aurora Core', em Setembro.
Neste mês de Junho os Adorno iniciam a sua Tour Europeia, que vai passar pelas principais cidades da Europa, uma vitória para a música nacional.
No dia 26, os Devil In Me iniciam também a sua Tour Europeia.
Em jeito de agenda/notícias disponibilizamos um texto com datas de vários concertos:
-Dia 1- A Wilhelmscream + Devil In Me + Fitacola, no Tuatara em Lisboa.
-Dia 1- Adorno + I Had Plans + End of a Year + Lost Boys, na casa de Lafões em Lisboa.
-Dia 5- Dead Combo, no Maxime em Lisboa.
-Dia 5- If Lucy Fell, no Porto.
-Dia 6- If Lucy Fell, em Bragança.
-Dia 6- Monomonkey, em Coimbra.
-Dia 6- Enday, no Porto.
-Dia 6- Marabunta, no Barreiro.
-Dia 6- Saiif Adell, no Porto.
-Dia 7- You Should Go Ahead, em Penafiel.
-Dia 7- The Doups, em Setúbal.
-Dia 7- Esteban Device, no Bar Gasómetro, em Santarém.
-Dia 7- Skypho, em Albergaria-a-Velha.
-Dia 7- Linda Martini, em Benavente.
-Dia 7- Feromona, em Lisboa.
-Dia 9- Blacksunrise + We are the Damned, em Braga.
-Dia 9- Linda Martini, em Pechão, Algarve.
-Dia 10- All Against the World + Rise and Fall + For the Glory, no Porto, apresentação do novo álbum de All Against the World.
-Dia 10- Feromona, em Cascais.
-Dia 11- Losbter, no Maxime, Lisboa.
-Dia 12- If Lucy Fell, na Covilhã.
-Dia 13- Riding Pânico, na Galeria Zé dos Bois em Lisboa.
-Dia 13- Ella Palmer + Unfair + All Emotions Day, em Faro, no Arcadia Rock Bar.
-Dia 14- My Cubic Emotion + Feather Storm e Super Dinamite, na Ilha da Morraceira Fig. da Foz.
-Dia 14- Humble, em Torres Vedras.
-Dia 14- Ella Palmer, em Tavira.
-Dia 15- Ella Palmer, na Fnac de Faro.
-Dia 19- Hell In Heaven + Cancer Bats + We are the Damned + Larkin, no Porto.
-Dia 19- Comeback Kid + Devil In Me + Keep Walking + Eternal Bond, no Tuatara em Lisboa.
-Dia 20- Men Eater, em Quarteira.
-Dia 20- Monomonkey, em Gumarães.
-Dia 20- Orangotang, no Visual-Caffe em Fafe.
-Dia 20- Enday, em Faro.
-Dia 20- Blind Charge, em São João da Madeira.
-Dia 20- My Cubic Emotion, em Meirinhas, Pombal.
-Dia 21- Men Eater, em Lagos.
-Dia 21- Azevedo Silva, na Figueira da Foz.
-Dia 21- blá blá blá, em Esposende.
-Dia 21- Feromona, em Lisboa.
-Dia 21-You Should Go Ahead, no Santiago Alquimista em Lisboa.
-Dia 26-Hell In Heaven + Larkin + We are the Damned, em Lisboa.
-Dia 26-Azevedo Silva, no Maxime em Lisboa.
-Dia 27-You Should Go Ahead, na Aula Magna, em Lisboa.
-Dia 27-Freddy Locks, em Loulé.
-Dia 27-Azevedo Silva, em Leiria.
-Dia 27-Men Eater, em Grândola.
-Dia 27-Damien's Trail of Blood, em Évora.
-Dia 28-Freddy Locks, na casa da Música no Porto.
-Dia 28-The Vicious Five, na caixa económica operária, em Lisboa.
-Dia 28-Azevedo Silva, em Sintra.
-Dia 28-Monomonkey, em Leiria.
-Dia 28-Triplet + Blindside, em Toledo, Espanha.
-Dia 28-Linda Martini, em Leiria.
-Dia 29- Banshee + Humble + Mad Caddies, no Tuatara em Lisboa.

João Fernandes

REVIEWS DE MAIO

Começamos a Review do mês de Maio no dia 3,com um concerto numa das cidades onde o rock nacional abunda, Setúbal, na capricho setubalense, onde os Devil In Me proporcionaram um grande concerto, com uma grande interacçao com o público. Anteriormente, os Errata, os Thirteen Degrees to Chaos e os Men Eater aqueceram o público, sendo que estes últimos tinham uma grande legião de fãs no local.
No dia 10, em Ferrel, Peniche, na Taberna dos Almocreves, os A Last Day on Earth apresentaram a sua nova formação, que recebeu críticas bastante positivas.
Um dos grandes destaques de Maio vai, sem dúvida, para a gravação do DVD no Tuatara dos Devil In Me, no dia 10. Esta bela sala de espetáculos de Lisboa não estava cheia, mas tinha muita gente. A abrir, os Sem Resposta, de Vigo, puseram a multidão a ferver por mais, sendo que nem deu tempo de arrefecer, pois os Broken Distance estiveram ao mesmo nível. Subiram então os anfitrioes da noite ao palco, dando um espetáculo para não esqucer. Os Devil In Me estão cada vez mais a fazer-se ouvir no Hardocore em Portugal. De destacar dois momentos, o primeiro quando o Mike de Men Eater, irmão do Apolinário, subiu ao palco vestido de Moisés para separar o público para a wall of death, e o final do concerto, que terminou com o single 'Brothers in Amrs', que foi o auge, sendo até mesmo entoado depois do concerto, já na rua.
Os Triplet, para comemorarem o lançamento do seu primeiro videoclip, que se encontra a rodar na MTV, deram um concerto no dia 15, no musicbox em Lisboa, que contou com os seus fãs habituais.
No dia 16, os Riding Pânico deram mais um electrizante concerto no Porto, marcado pela sua paixão musical e creatividade sonora, que pôs todo o público em total delírio. No mesmo dia e na mesma cidade, os D3GREDO deram um grande espetáculo na Fábrica do Som, onde apresentaram o novo EP. No dia seguinte, em Águeda, os Skypho, banda metal com várias inovações musicais, deram um grande concerto, promovendo o seu excelente trabalho e tornando-os numa banda a seguir cada vez mais de perto. Na capital, em Oeiras, no mesmo dia de dos Skypho, uma das melhores bandas de rock gótico de Portugal deu mais um concerto, os Moons Lunae. O Ilusões Bar recebeu o concerto desta banda com uma cada vez maior crescente de fãs.
No passado dia 19, os You Should Go Ahead marcaram presença no Curto Circuito, algo que merece destaque porque demonstra a forma clara como os YSGA têm crescido nos últimos anos, esperamos que outras bandas nacionais sigam os mesmos passos e que o Curto Circuito aposte cada vez mais no nacional.
Setúbal foi este mês palco de outro grande espetáculo, além do de dia 3, falo de Lobster, Marabunta e a banda Italiana Almandino Quitedeluxe, que deram uma verdadeira lição de boa música no dia 23, na capricho setubalense. A abrir começaram os Marabunta, que são uma banda de rock psicadélico, com um vocalista bem ao estilo de Motorhead. Banda bastante promissora pela sua fantástica sonoridade. Logo a seguir, os Almadino Quitedeluxe apresentaram-se vestidos de forma bastante original e com um humor notável, para quem vem de tão longe. As suas guitarras estridentes, forte bateria e gritos histéricos, marcam a sua sonoridade. Finalmente, tivemos a oportunidade de 'sonhar' com Lobster, que conseguem uma grande união com o público, e dar um espetáculo incrivel. De destacar que esta banda é apenas formada por dois elementos, exímios tanto na guitarra como na bateria.
O segundo grande destaque deste mês vai para o concerto que aconteceu na Fábrica Braço de Prata, no dia 24. Integrado no espetáculo 'Soundtrack! - Festa da Música e do Cinema', os Linda Martini provaram mais uma vez que são, talvez, a banda portuguesa com maior margem de progressão e que cada vez mais cria um legado de fãs, que exigem o melhor da sua banda preferida. O concerto decorreu dentro de uma grande euforia e embora curto, foi bastante surpreendente. Tanto pela energia dos membros da banda, ou pela entoação a pulmões cheios por parte dos fãs. Os Linda Martini estão a criar e a desenvolver um 'novo estilo musical', que é cada vez mais seu e cada vez mais perfeito.
Vamos agora para a Ericeira, dia 25, onde os The Doups foram surpreendidos com uma grande recepcção. O público entoou as suas músicas e cantou a nova 'try lie die whatever', algo que superou as expectativas dos membros, que cada vez mais sentem o seu trabalho recompensado.
De referir a tour europeia dos Adorno, que teve no dia 30 um grande concerto em Madrid e os Esteban Device, que com um som muito próprio conseguiram uma boa rececpção na Fnac de Alfragide.

João Fernandes

PREÂMBULO HISTÓRICO:
PEARL JAM - NIRVANA - PANORAMA NACIONAL DO GRUNGE


Estamos nos meados dos anos 80, o Glam Rock é rei, o aparato e a teatralização musical suplantam a própria musica. As bandas em palco são um choque visual para a audiência e, por razões que ninguém espera conseguir compreender, plumas e fatiotas de cariz duvidoso fazem a indumentária dos artistas.
A ruptura surge em Seattle, cidadezinha bem a norte nos E.U.A., isolada musicalmente do resto do país. Aqui misturam-se influências Punk-rock com sonoridades mais pesadas como Heavy-metal e o Rock mais clássico dos anos 60 e 70.
Este híbrido apresentar-se-ia ao mundo mais tarde, em inícios dos 90, como Grunge.
Esqueçam a parafernalia de adereços, esqueçam os cabelos tristemente estilizados, esqueçam as actuações de palco, esqueçam as músicas bonitinhas sobre carros, dinheiro e mamas. No Grunge nada é ensaiado, aquilo que vemos é aquilo que temos, o reflexo de uma juventude apática e a sua fraca esperança no futuro. Tudo isto posto cá fora sob a forma de guitarras fortemente distorcidas, vozes cavernosas e rasgadas.
Deste movimento surgem duas das maiores bandas que a década de 90 testemunhou: Pearl Jam e Nirvana.

Com o desmembramento da mais proeminente banda Grunge , Mother Love Bone, após morte do vocalista Andrew Wood, Jeff Amment , Stone Gossard e o recentemente adicionado, Mike McCready começaram a tocar juntos e a compor novo material. Em busca de um vocalista e de um baterista enviam uma demo com 5 musicas a Jack Irons , baterista dos Red Hot Chili Peppers, que , recusando o convite, envia a demo a um amigo ,de seu nome Eddie Vedder. Reza a lenda que antes de ir surfar Eddie tinha estado a ouvir a demo e que num momento de inspiração as letras das músicas vieram ter com ele, uma das músicas chamar-se-ia Alive. O futuro front-man envia a demo de volta com a sua voz adicionada e em Seattle todos concordam em pagar a viagem de Eddie de San Diego até eles. Nascem os Pearl Jam.

Em Aberdeen, unidos pelo gosto pelo punk-rock Krist Novoselic e Kurt Cobain, amigos desde 1985, decidem formar uma banda. Nos primeiros anos em que tocaram não conseguiram manter um baterista estável sendo que finalmente em 1989 o primeiro álbum, Bleach, é gravado com Chad Channing à frente do kit da bateria. No entanto durante a gravação do sucessor de Bleach as habilidades de Chad Channing começaram a desapontar os membros da banda e pouco tempo depois Channing deixa os Nirvana.
Em boa hora, diga-se, não fosse o seu sucessor um dos maiores bateristas de todos os tempos. Após o fim abrupto da sua banda, Scream, Dave Grohl foi literalmente deixado ao abandono sem dinheiro e meios para voltar para casa. Através de um amigo comum entra em contacto com Kurt Cobain, que anteriormente já o tinha ouvido tocar e admitiu ser de um baterista como ele que a banda precisava. E nascem assim os Nirvana tal como o mundo os conheceu.

Nevermind, o ground-zero da explosão grunge encabeçado pelo single Smells like teen Spirit dá a conhecer o fenómeno de Seattle. Não sendo a banda pioneira do género Nirvana torna-se a sua maior referência. Nunca procurando sucesso mainstream é o mainstream que acaba por ir ter com os Nirvana e consequentemente com outras bandas grunge Soundgarden, Alice in Chains, Screaming Trees...
Meses antes tinha sido lançado o álbum Ten dos Pearl Jam, apesar de não vender rapidamente o álbum recebe atenção após o lançamento de Nevermind. Aqui surge a primeira acusação a Pearl Jam: de que se tinham aproveitado do hype grunge para atingir sucesso comercial.
Nirvana é irrefutavelmente a banda do momento, é evidente a ligação da banda com as massas mais jovens e sem que o próprio o quisesse Kurt Cobain torna-se a cara da Generation X. Ritmos fáceis de assimilar, letras que iam do mais ridículo ao complexo e indecifrável, a sua postura face ao mundo elevaram os Nirvana acima de todas as outras bandas.
Apenas 3 álbuns de estúdio compõem a discografia de Nirvana. De Bleach, o primeiro e menos vendido, retiramos bons momentos como Blew, About a Girl, School, Negative creep e a cover dos Shocking Blue, Love Buzz.
Quanto a Nevermind: Como falar desta álbum sem repetir tudo o que já foi dito? Como falar sobre ele e não ficar aquém? Difícil, difícil… A verdade é que se este não é o melhor álbum dos anos 90 é no mínimo um forte candidato a constar num top10 de qualquer um. Afinal de contas não é todos os dias que um álbum vende mais de 26 milhões de cópias por todo o mundo.
O ultimo álbum: In Útero. Queriam os Nirvana que vos trouxeram Nevermind? Queriam a banda que compôs Smells like teen spirit? Queriam a sonoridade que era tiro certo no mercado? Bem paciência, In Útero não é nada disso. In Útero traz-nos um som muito mais “sujo” e apesar de ser um álbum mais difícil de digerir as letras desempenham um papel mais importante do que em Nevermind. In Útero acaba por ser uma clara provocação aos que esperavam por uma continuação dos álbuns anteriores.
Mais álbuns não foram feitos por razões demasiado obvias, mas no seu tempo de vida Nirvana deixou um legado que para sempre os deixará na historia como uma das maiores bandas de sempre e para os cépticos a sua genialidade confirma-se no seu famoso MTV Unplugged. Cobain não eleva a voz, Krist não pula desvairadamente, Dave não agride violentamente a bateria, não é tocado nenhum dos grandes hit’s (excepção para Come as you are) e ainda assim os Nirvana convencem o publico inteiro felizmente a historia encarregou-se de apelidar este MTV unplugged como o melhor de todos os tempos.


Não tendo o sucesso inicial dos Nirvana os Pearl Jam conseguem acabar por vender mais que a outra banda de Seattle. Verdadeiramente apenas podemos considerar Pearl Jam Grunge até Vs. sendo que o álbum que posteriormente mais se aproximou da sonoridade dos primeiros é o homónimo de 2006, Pearl Jam ( sim, o do abacate).
Ao primeiro álbum os Pearl Jam são apanhados na hype sobre o som de Seattle e alcançam um sucesso inesperado. Ten não é por isso menos merecedor de ser considerado dos melhores álbuns da década. É facilmente comprovavel e simples de fazer aí em casa. Faça o seguinte: arranje uma copia e encontre no álbum uma má música. Nada, correcto? Não volte então o leitor a duvidar da palavra deste que aqui escreve. Não há uma única faixa que não seja digna de single (até as menos conhecidas como Garden, Deep e Release). Ten é jovem e carregado de sentimento e por entre riffs geniais de McCready e de Gossard desvenda-se a voz genial de Eddie Vedder e a sua qualidade na escrita. Façamos fastforward e passemos à grande musica do álbum - o autor vai agora correr o risco de tornar este texto ainda mais parcial mas a situação justifica-o:
Alive é o hino de qualquer um que já tenha ido a um concerto de Pearl Jam. A determinada altura o autor encontrou-se a telefonar para a Porto editora para que na sua definição da palavra “linda” incluíssem uma nota que remetesse para esta musica. Seja como for é impossível ficar indiferente a este colosso musical. Esta música semi-biografica é o ex libris da banda. Por um lado o riff inicial memorável de Gossard e o espaço de loucura que é dado a McCready e por outro a qualidade na escrita de Eddie Vedder que nos descreve em 5 minutos e qualquer coisa como foi crescer para um rapazinho que anos mais tarde admite ser ele.
Ocuparia demasiado tempo descriminar todas as músicas do álbum mas faço uma ressalva para Black e Jeremy. Black é harmoniosa e triste, uma descrição de um coração partido, revoltado na voz de Vedder e Jeremy conta a historia de um rapazinho que se suicidou em frente da sua turma durante uma aula, a musica é uma interpretação do que seria a vida do rapazinho e uma dissertação sobre as razoes que levaram o rapazinho a suicidar-se.
Dois anos mais tarde e após uma exaustiva tourné surge Vs. Confesso já estar chateado de dizer bem mas não me é dado espaço de manobra para poder sequer pensar em apontar o dedo a esta banda. Vs. passa folgadamente no teste que é o segundo disco. É verdade que perde algum do fulgor inicial de Ten mas nada que comprometa. Vs. é vincadamente mais “apunkalhado” que o seu predecessor. Músicas mais acelaradas e um sentimento de inconformidade e raiva pairam de forma mais acentuada no álbum. Curiosamente surgem aqui três excepções por completo à regra: Daughter, Elderly Women... e Indifference. As duas primeiras continuam presença assídua nos concertos ao vivo. E como prova do teor do álbum veja-se Animal, são cerca de quatro versos diferentes e ainda assim uma música fenomenal.
Daqui em diante a banda explora novas sonoridades nunca alcançando o mesmo sucesso comercial dos primeiros álbuns. Culpas? O descontentamento de alguns fãs com o novo som, a sua recusa em fazer videoclips, a guerra com a ticketmaster e a queda do Grunge após a morte de Kurt Cobain.


Resumindo e baralhando Nirvana e Pearl Jam foram, e não me canso de dizer, duas das maiores bandas da década passada. Ambas surgem no mesmo movimento, ambas geniais no entanto díspares como o dia e a noite. Em comum tinham apenas um grande front-man de resto em nada se pareciam. Kurt Cobain chega mesmo a criticar os Pearl Jam dizendo que não são verdadeiramente Alternativos por seguirem cânones antigos, mas precisamente no que diz respeito aos solos de guitarra. De facto é preciso dar a mão à palmatória são os Nirvana a verdadeira banda inovadora mas é irrefutável que tecnicamente os Pearl Jam eram os senhores. Existiu uma grande rivalidade entre as bandas, mais pelos seus fãs. Ou se era fã de uma ou de outra, parecia impossível compatibilizar as duas. Se uma rádio passava Smells like teen spirit era certo e sabido que noutra a musica que rodava era Alive.


Pergunta-se: qual das duas a melhor? O leitor que pense duas vezes se acha que eu lhe vou responder. Simplesmente não consigo decidir. É como perguntar o que preferimos: o pai ou a mãe, Coca-cola ou Pepsi, M&M’s ou Pintarolas. Não se consegue decidir. Podemos no entanto admirar as duas bandas como tendo sido, ambas, bandas integras. Nunca se venderam e mantiveram sempre a mesma postura para com o mundo e a sociedade. Ao invés do que ocorre tipicamente foi o mainstream que foi obrigado a vergar-se a um determinado tipo de bandas. Oiçam vocês o que ouvirem é algo que se tem que admirar.

Jorge Almeida

Em analogia com a situação portuguesa, existem poucas bandas de grunge em Portugal, talvez por ser, actualmente, um estilo algo morto. Temos os Skewer, banda do Barreiro, os Inflow de Coimbra, os Parkinson do Porto, os Urbanus de Barcelos e os Dollar Llama de Lisboa. Peço desculpa às outras bandas de grunge que não referi, deste modo pedia-lhes também que nos contactassem, pois o grunge é um estilo musical que não deve de todo morrer, e porque não Portugal para o fazer renascer?

João Fernandes
INTRODUÇÃO DE BANDAS DE GARAGEM



Before The Torn- Os Before The Torn nasceram de alguns projectos experimentais, que tentavam misturar as suas bandas preferidas com o seu gosto pessoal pela música.
Após terem músicas suficientes para se apresentarem ao vivo, começaram a partilhar o palco com as melhores bandas nacionais do género, For The Glory, Blacksunrise, Men Eater e Devil In Me. Começaram então a receber críticas bastante positivas. No final do ano de 2005, a banda quis gravar uma demo, mas com qualidade suficiente para corresponder à expectativa dos seus fãs, contudo não foi possivel devido ao excessivo valor monetário necessário. Alguns meses depois, acharam que a sua sonoridade não estava a tomar o caminho devido e pararam de tocar as músicas que até aí tinham criado.
Passado algum tempo, e agora com músicas do seu agrado, conseguiram gravar no ‘Generator Studios’ em Sintra, um dos estúdios de top portugueses, com Miguel Marques encarregado da produção e gravação do primeiro EP da banda, composto por cinco canções e intitulado “Behind Every Treason”. A mistura seguiu então para a Suécia, para Peter In De Betou( Rammstein, Marduk, Europe, etc...), nos estúdios ‘Tailor Maid’, para a parte final.
Agora, com uma base de fã sólida, vários concertos de Norte a Sul de Portugal, os Before The Torn começam a tornar-se uma das maiores bandas de Metal/Hardcore nacionais e sem dúvida um projecto a acompanhar de perto por qualquer fã de música.
E o álbum está mesmo aí a chegar...
http://www.myspace.com/beforethetorn




His Sad Quote- Os His Sad Quote formaram-se em finais de 2005 quando cinco pessoas, orfãs de outros projectos musicais, decidiram juntar-se para um ensaio piloto. À primeira e satisfatória experiência sucederam-se novas sessões de improviso, sem regras, marcadas apenas pelo gosto de tocar e de ter com quem o fazer. Embora ainda anónima, já era uma banda.
Entre o primeiro ensaio e o ínicio de 2008, a banda deu alguns (poucos) concertos, arranjou o seu próprio espaço de ensaio e criação, ficou reduzida a um quarteto, Jorge Fazenda na guitarra e voz, Michel Matos na bateria, Rodrigo Piedade nos teclados e Pedro Sesinando no baixo, e rascunhou aquele que viria a ser o seu primeiro EP, “vessels+guiding lights”. Este ganharia forma quando, em Janeiro de 2008, os His Sad Quote entraram no estúdio Black Sheep para quatro dias de gravações em formato ‘live session’ com Makoto Yagyu.
Constituído por quatro canções, o EP “vessels+guiding lights”, lançado em Abril de 2008 numa edição de autor, serve, fundamentalmente, como registo do curto percurso dos His Sad Quote e como cartão de visita para divulgar a sonoridade da banda.
Neste momento, a banda encontra-se numa pausa de palcos forçada por motivos profissionais, mas esperam-se notícias nos próximos meses."
Com uma sonoridade própria e muito empenho, os His Sad Quote começam a tornar-se uma influência musical, que se pauta por um conjunto de emoções expressas através da sua música.
http://www.myspace.com/hissadquote



Porn Sheep Hospital- Nascidos das cinzas dos Party On Feet imediatamente depois do seu fim por volta de Novembro de 2007, os Porn Sheep Hospital(nome de um bar em moscovo) são um grupo com influências de mathcore e post-rock encaixadas sobre estruturas de rock progressivo. Os seus membros, Francisco Caetano ou Xico(vocalista/guitarrista), Gonçalo Duarte(guitarrista), Bernardo Guerreiro(guitarrista), Tiago Martins(baixista) e Rui Penim(baterista), com idades compreendidas entre os 17 e os 20 anos, procuram elevar a sua música a um patamar superior na música nacional, transformando as suas personalidades em algo musical e indefinido. Para tal, contam com as experiências passadas, tanto em palco como no desenvolvimento musical, e o apoio dos fãs recém conquistados.
A banda tem vindo a compôr vários temas e começou gravá-los no inicio de Maio com Alessandro Devillart, no The Edge Studio, em Aires.
São uma das novas promessas nacionais, que contam com vários apoios de bandas de prestígio nacional.
O tema de avanço já se encontra a rodar no myspace.
http://www.myspace.com/pornsheephospital



Saiif Adell- O nome Saiif Adell provem de "Seif Al Adel", significado de "Espada da Justiça", simboliza a força e a determinação, "a luta pelas suas crenças e ideais"! A banda teve inicio em 2006, no Porto, projecto no qual participavam inicialmente Robert Soares "baterista", Sílvio Vieira "Guitarrista" e Daniel Neves "baixista"... Após comporem algumas musicas decidiram então convidar o Teclista Rui "irmão de Robert", e tempos mais tarde surge Ricardo na parte vocal.
A banda assume uma sonoridade Rock, demonstram a capacidade de criar um som original com diversas influências em género musical passando do Rock para Metal, Pop, Punk, Jazz, Indie, Electrónica etc...Em finais de Julho de 2007 os Saiif Adell finalmente decidiram ir para estúdio gravar o 1º single de apresentação intitulado Abominação.
http://www.myspace.com/saiifadell



The Doups- Quem ouve The Doups, nunca imaginaria que o seu nome tivesse surgido de um desenho de Filipe Funenga(um dos guitarristas).
Inicialmente, como os “Pratical Joke”, Filipe Funenga(guitarrista) e João Rodrigues(Vocalista/Guitarrista) acharam prioritário arranjarem mais membros e foi aí que surgiram André Rosa(baterista) e Gustavo Andrade(baixista). Começaram por fazer covers, que posteriormente foram divulgadas, sendo que muitas delas foram alteradas face ás versões originais.
Rapidamente o nome foi alterado para o que conheçemos, por acharem que como “Private Joke”, poderiam não ser levados a sério. O primeiro ‘single’ da banda foi o famoso ‘ve given up’, que foi bastante publicitado de computador em computador, produto da mente do guitarrista Filipe Funenga e da letra de João Rodrigues.
Ainda tentaram escrever em português, mas o João achou que nao soava bem e mudaram para o inglês. Posteriormente, Nuno Cunha(guitarrista) foi adicionado à banda no final de 2007, para introduzir ainda mais técnica à banda. Com o decorrer do tempo, começaram a surgir outros estilos dentro da banda, tais como o Indie Rock ou o retro rock, tudo misturado com o Surf Music inicial.
Após toda esta mescla de misturas, influências e transformações, os convites para concertos começaram a surgir e de forma humilde, os The Doups foram aceitando essas propostas.
Os The Doups são uma banda em ascensão, que têm captado cada vez mais a atenção do público em geral, tanto pelas actuações electrizantes ao vivo, como pelo trabalho de estúdio.
Frase tipíca quando alguém se refere à banda: “O seu género de música é Doupsiano.”
www.myspace.com/thedoups

Todos os textos foram cedidos pelas próprias bandas, sendo que posteriormente foram alterados por João Fernandes.

ENTREVISTA AOS CINEMUERTE

O Guru esteve num dos belos jardins de Lisboa com Sophia Vieira e João Vaz dos Cinemuerte, para uma entrevista marcada pela simpatia e humildade dos dois.
Com novo álbum(Aurora Core) para sair em Setembro, os Cinemuerte pretendem alargar ainda mais o seu grupo de fãs.
http://www.myspace.com/cinemuerte

Sophia Vieira e João Vaz

GURU- Qual é a origem do vosso nome?

João Vaz- O nosso nome não tem nenhum significado especial. Foi um nome ‘roubado’ ao Festival de Cinema Internacional de Terror , talvez por, mais a Sophia do que eu, sermos cinéfilos.

GURU- Como foi a transição do vosso projecto anterior, os NUA, para os Cinemuerte?

Sophia Vieira- O Projecto dos NUA durou quase uma década e foi uma escola para nós, porque aprendemos praticamente tudo o que uma banda precisa para o que se segue. Os NUA utilizavam instrumentos clássicos, portanto a transição para Cinemuerte foi algo completamente diferente, porque aqui somos só os dois que fazemos praticamente tudo, mas tem sido bastante positivo, porque há um grande encaixe entre nós.
Os NUA chegaram a um ponto em que estavam bastante bem, mas é nestas alturas que as bandas ou dão um passo em frente ou acabam, e foi isso que aconteceu, acabaram (risos).

GURU-Após a ‘morte’ dos NUA, como é que decidiram seguir em frente com outro novo projecto?

JV- Nós pretendiamos continuar a fazer música, e como já nos conheciamos decidimos criar este projecto, que são os Cinemuerte.

SV-Também foi uma decisão baseada na irracionalidade (risos), nós não pensámos sequer se iria funcionar ou não, decidimos tentar e depois logo se via, e acho que muitas vezes as coisas começam assim.

GURU- Como foi partilhar o mesmo espetáculo com os HIM, My Chemical Romance e no caso da Sophia, os Moonspell?

JV-O concerto de HIM foi a estreia absoluta e como tal foi muito importante, porque implicou uma grande responsabilidade.

SV-Eu acho que foi um óptimo sinal para a nossa carreira, porque a decisão de ter aberto o concerto de HIM também passou pela banda, eles ouviram vários projectos e escolheram-nos a nós. Esse feedback foi para nós muito importante, sermos escolhidos por alguém já com um certo estatuto.
Fomos também muito bem recebidos em My Chemical Romance.
A nível pessoal, ter partilhado o palco com Moonspell foi fantástico, porque eles estão a um nível que não é muito comum em Portugal. Tem sido uma escola brutal.

GURU- De onde vem a vossa mais directa inspiração, a nível pessoal?

JV- De tudo, de uma conversa, de um visionamento de um filme, nos transportes públicos. Não há uma fórmula ciêntifica para isto, depende das circunstâncias.

SV- Para mim, o cinema a todos os níveis, a fotografia, as cores, as personagens e as próprias bandas sonoras que colecciono (risos). E também, a história da minha vida, que tem sido um misto de dor e de loucura, que vai influênciar tudo aquilo que se faz, porque a música é uma forma de expressares aquilo que és, e aquilo que és é resultado daquilo que foste e daquilo que ambicionas ser (risos).

GURU- Como foi, agora passado algum tempo, a aceitação do público face ao vosso primeiro disco?

JV- É um balanço bastante positivo. O disco em si abriu-nos as portas para podermos fazer os espetáculos que fizemos, sem o disco nunca teriamos conseguido nem metade das coisas que conseguimos até agora. Eu acho que, apesar de tudo, a edição de um disco ainda continua a ser um dos principais meios de puderes divulgar o teu trabalho.

GURU- Em relação a esse disco, qual foi o vosso campo de mercado?

SV-Nós tivemos um feedback muito estranho, porque tivemos participações em compilações(ex: Misfits, The Cure), que chegaram a continentes diferentes e isso fez-nos atingir um certo mercado, como o americano, também tivemos pedidos de Espanha. Essas participações fizeram com que as pessoas se interessassem e quisessem depois comprar o disco original, “Born From Ashes”.
Não tivémos distribuição directa no estrangeiro, mas tivémos vários pedidos através da internet. Tivemos até um pedido de uma rapariga, que queria introduzir o “Stuck in a Moment” numa compilação do Dubai (risos).

GURU- Falem-nos um pouco do novo disco.

SV- É para ser lançado em Setembro, as pessoas vão ter que aguardar mais um bocadinho, nomeadamente nós, que também nos custa bastante esta espera.

JV- O trabalho tem corrido bem, neste momento estamos só a finalizar os últimos pormenores para depois entregarmos o trabalho completo para ser misturado e masterizado ao Waldemar Sorychta, que já foi produtor de Moonspell, Lacuna Coil, Tiamat, Samael. Temos mais algumas surpresas, mas vamos aguardar ainda mais um bocadinho (risos).

SV-Chama-se “Aurora Core”, é composto por nove faixas, tem convidados especiais, que também vamos guardar como surpresa. Escapa um bocadinho à sonoridade do primeiro disco, este está mais rock, mas quem ouve este novo disco apercebe-se logo que é Cinemuerte, há sempre uma identidade.
O álbum estava agendado para Julho, mas existem timings no mercado discográfico e há fases mais mortas que outras, por isso lançar o cd agora seria um suícidio, só a partir de Setembro é que o mercado volta a nascer.

GURU-Como é feita a escolha dos membros para tocarem ao vivo?

JV-Neste novo trabalho, em príncipio, iremos manter um elemento, que é o Tiago Menaia que é guitarrista e tocou connosco nos espetáculos ao vivo do “Born From Ashes”.
O nosso objectivo inicialmente era manter o núcleo, que somos nós os dois, e depois teriamos músicos convidados que participariam connosco conforme as necessidades.
Neste momento estamos a tentar alterar um bocadinho as coisas, estamos à procura de um baterista, vamos também incluir mais um guitarrista na banda e por enquanto vai ficar assim.

GURU-Como é que vêem a música nacional actualmente?

SV-Eu acho que há uma nova geração de de talentos em Portugal que é fantástica, e os bons ficam.
Eu defino um músico não aquele que só faz música quando tem sucesso, mas sim quando mesmo com dificuldades não se deixa ir a baixo e tenta progredir. Nós temos objectivos, mas se não os alcançarmos nós continuamos.
Cada vez há mais informação, a juventude de hoje tem mais recursos.

JV-Como músico, acho que só consegues evoluir se te conseguires aperceber do que se passa à tua volta. Há bandas nacionais fantásticas e acho que não devem mesmo nada ao que vem do estrangeiro.

SV-Não é para ser negativista, mas acho que as bandas portuguesas estão sempre um bocado condenadas à pequenez do país, que tem salários muito baixos.

JV-O mercado é muito pequeno, a concorrência é muito grande e o mercado lá fora é muito grande, mas a concorrência ainda é maior (risos).
Muitas vezes não chega ser bom e ser empenhado, tem que se ter uma estrelinha, tem que haver o factor sorte.

GURU-Como têm um nome estrangeiro e cantam em Inglês, são uma banda pensada também para apostar no mercado estrangeiro?

SV-Sim, foi pensado assim, porque em português é mais complicado, apesar de não ser impossivel. Há também o factor da fonética, eu gosto imenso do português, mas em termos musicais o inglês é muito mais ‘dançante’.
Já me disseram que a nossa sonoridade não parece portuguesa.

JV-Quando nós dizemos que foi pensado assim, quer dizer que foi montada uma estratégia, porque resulta melhor em inglês do que em português.



Sophia Vieira e João Vaz com o Guru.


Texto por João Fernandes, fotografia por Rafael Cláudio.

ENTREVISTA AOS YOU SHOULD GO AHEAD

O Guru esteve numa esplanada Lisboeta com a Inês Vicente e o Pedro Lourenço dos You Should Go Ahead, banda fundada em 2005.
Com o segundo álbum “Emotional Cocktail”, já a circular, os YSGA são já uma das maiores promessas da musica nacional.
http://www.myspace.com/ysga


GURU- De Onde surge o nome You Should Go Ahead?

Inês Vicente -Andávamos á procura de um nome, havia alguma discussão uns queriam uma coisa, outros queriam outra, até que o Tiago Salsinha enviou uma mensagem a dizer “You Should Go Ahead”(só um ano depois soubemos que ele tinha estado a ouvir uma música dos Guano Apes em que ela cantava isso), e pareceu adequado.

GURU-Vocês aparecem pela primeira vez no TMN Garage Sessions, como decidiram participar e como nasceu o projecto?


Pedro Lourenço- Eu já tocava com o David Ferreira noutro projecto, depois ficámos sem baterista, fizemos uma pausa, e ao regressarmos decidimos criar um projecto diferente do anterior, numa onda de rock dançável. Começámos então á procura de baterista e á terceira Jam com o Tiago decidimos reservar o estúdio, e ao fim do mês já tínhamos a primeira Demo da qual fazem parte alguns temas do primeiro álbum como o single “Like I was Seventeen” que aliás eu e o David já tocávamos em algumas “brincadeiras” ainda nos tempos do primeiro projecto.

IV- Relativamente ao TMN Garage Sessions, a banda não surge do concurso contudo este foi importante na medida em que foi a primeira coisa que nos deu visibilidade e foi também importante não termos ganho (risos).

GURU-Qual foi a sensação dos primeiros tempos, enquanto a banda dava os primeiros passos?

PL- Todos nós tínhamos alguma experiência e já não nos sentíamos uns miúdos. Claro que agora olhando para trás vemos que éramos uns miúdos e provavelmente daqui a 10 anos vamos achar que em 2008 éramos uns miúdos.
Sentíamo-nos bem e acreditávamos que era possível fazer qualquer coisa em Portugal, se calhar se fosse hoje desistíamos já (risos).

IV- Por outro lado, apontávamos metas e definíamos objectivos, que custasse o que custasse iríamos concretizar fosse com quem fosse.
Porque na altura se fecharam muitas portas que pensávamos que estariam abertas, mas isso não nos fez desistir antes pelo contrário, se fosse preciso irmos nós sozinhos á luta, iríamos tal como fomos, o caminho não foi fácil mas com vontade tudo se alcança.

PL- Nos tínhamos ideia do que queríamos, e uma espécie de sonho que era ter uma banda estável que pudesse tocar e se pudesse mostrar, acabando com aqueles projectos em que se passa muito tempo a ensaiar para ir a alguns concursos e que depois acabam por não resultar em nada.
E queríamos concretizar esse objectivo, nem que para isso tivéssemos de ser nós a fazer tudo, podíamos inclusivamente ter editado o nosso primeiro álbum por nós, mas felizmente as coisas correram melhor.

GURU-Vocês já dividiram o cartaz com grandes bandas mundiais como Bloc Party, The Strokes, Prodigy. Qual é a sensação?

PL-É fixe, o que eu gosto mais é o flyer que tenho do creamfields, porque o nome aparecesse mesmo grande, porque é muito comprido e aparece como quinto maior nome (risos).
Mas gostamos de partilhar e tentamos sempre dar-nos a conhecer. Porque é importante irmos assumindo alguma importância, apesar da tendência ser para nos sentirmos retraídos mas com uma ou duas cervejas isso passa (risos).

GURU-Que bandas vos influenciaram para esse Rock dançável?

PL- Essencialmente as bandas dos anos 80, tanto eu como o David pertencemos á geração em que os irmãos mais velhos ouviam New Wave como Duran Duran etc.
Por outro lado o movimento revivalista que surgiu motivou-nos a querer integrá-lo, bandas como por exemplo Franz Ferdinand que romperam com aquela ideia de música “bem tocada” e menos alegre, que marcava a crise do pop rock dos finais de anos 90. Esse aparecimento de bandas mais alegres e descontraídas motivou-nos.

GURU-Qual o Feedback do vosso novo Álbum?

IV- Ele foi lançado há pouco tempo. As principais reacções têm a ver com o formato (Cd+Vinil) com muita gente a adorar a ideia. Quanto ao som as pessoas dizem-nos que este álbum é muito melhor que o outro, mais coeso, mais coerente. Contudo ainda não temos um numero de criticas suficientes para fazer um balanço.
Por outro lado, o feedback reflecte-se mais nos concertos, onde percebemos a receptividade das musicas, e ainda faltam muitos acontecerem.

GURU-Qual a importância da Internet como forma de divulgação de uma banda como a vossa?

PL- Muita, Quase toda! (risos)

IV- A Internet tem a vantagem das pessoas poderem aceder aos conteúdos gratuitamente, podendo analisá-los antes de se tornarem consumidoras.
Nos por exemplo no myspace tentamos a divulgação adicionando amigos e amigos dos amigos, sendo um meio de promoção que dá ás pessoas a opção de verem se quiserem despendendo o tempo que quiserem. Sendo o factor principal, sem duvida, e falando de um publico jovem o facto de não ter que se pagar.

GURU-Sentem-se prejudicados pelos Downloads “Ilegais”?

PL- o discurso das bandas mudou de hás uns tempos para cá, antes tínhamos que dizer que dizer que os downloads nos prejudicavam, actualmente temos perfeita consciência que são os downloads que levam as pessoas aos concertos

IV- Obviamente, que gravar um novo álbum se torna mais complicado visto que as vendas não justificam o pagamento de um estúdio ou de um videoclip, mas também temos consciência que se não fossem os downloads muitas pessoas não nos conheciam, logo não teríamos tantos concertos que acabam por equilibrar.
Por outro lado ainda estamos numa fase em que é mais importante que as pessoas nos conheçam do que comprem álbuns.

PL- Nós não temos com a editora um contrato convencional, trata-se de um licenciamento. Ou seja é como se nós fossemos a nossa própria editora e permitimos que uma editora esteja a editar o nosso disco e a promovê-lo contudo nós é que somos os produtores, nós é que investimos o dinheiro do estúdio, nós é que investimos o dinheiro do videoclip, e por isso temos alguma legitimidade para dizer que os downloads ainda que ilegais acabam por vezes, por ser vantajosos para nós.
Assim a venda de discos é irrisória sendo a fonte de dinheiro maior, os concertos.

GURU-Os YSGA cantam em inglês, qual é a vossa opinião sobre a controvérsia da musica portuguesa cantada em inglês?

PL- Há portugueses que cantam em português, e cantam bem e há portugueses que cantam em português e cantam mal. E com o Inglês passa-se a mesma coisa. Eu pessoalmente gosto de musica que seja bem feita quer em português quer em inglês.
Para nós foi uma opção pessoal, eu nunca cantaria em português, porque não quero e não gosto, acho que esteticamente estraga. Da mesma forma que usamos guitarras com distorção ou a bateria com determinado tipo de som, acho que a voz em português não encaixaria. Eu gosto de falar português (risos), mas quanto mais pudermos tocar no estrangeiro melhor. Nós já tocámos fora e não é a cantar em português que se toca fora de Portugal, a não ser que se cante fado.

IV- Mais que uma questão de filosofia, por trás disto está uma questão estética da música, não é nada contra o português antes pelo contrario.


GURU-Como descrevem a vossa música?

PL- Um cocktail emocional (risos)

IV- É um bocadinho esquizofrénico, no sentido em que algumas musicas são frenéticas e outras musicas têm a face oposta.
Uma das coisas que me agrada nesta banda é mesmo a liberdade de podermos ir de um espectro ao outro não havendo um canal muito definido e termos por isso a liberdade de fazermos o que nos apetece sendo este álbum um pouco o reflexo disso. Ao longo dele passamos de uma disposição para outra o que é um bocadinho o espelho das nossas vidas, é aquilo que somos e sentimos na altura em que estamos a tocar.
Sendo assim a nossa música resultado das quatro disposições momentâneas.

PL- Um pouco como os maníaco-depressivos que mudam de humor ciclicamente (risos)

GURU-Falando um pouco dos vossos videoclips, de onde surgem as ideias?

PL- Geralmente e com excepção do videoclip de “Like When I Was Seventeen” as ideias não partem de nós, pois damos liberdade ás pessoas que os fazem de fazerem aquilo que queriam. Mas limamos sempre as arestas para evitar fazer papeis ridículos mas acabamos sempre por os fazer (risos).

GURU-Por fim o que esperar dos YSGA para o futuro?

PL- Concertos, muitos concertos.

IV-A ideia agora é apresentar todo o novo material ao vivo e melhorar ao máximo as actuações ao vivo.
Mais que tudo podem esperar que sigamos em frente… (risos)


A Inês Vicente e o Pedro Lourenço com o Guru.


Obrigado aos You Should Go Ahead pela entrevista.

Texto e Fotografia por Rafael Martinez Cláudio.
O OUTRO LADO DOS FESTIVAIS

Iron Maiden, Rage Against The Machine, Sex Pistols ou Bob Dylan são os nomes que logo associamos aos festivais de Verão deste ano em Portugal, mas quando vamos a um qualquer site de Internet ver quem mais actuará no dia em que vamos ver os Rage Against The Machine, por exemplo, deparamo-nos com uma lista de nomes pouco ou nada conhecidos no grande público. Boas e por vezes excelentes bandas que por um motivo ou outro acabam por não merecer a atenção do grande público. Falo por exemplo dos Hercules and Love Affair que irão actuar no Alive!08. São uma banda electrónica que conta com a voz muito anos 20 de Antony Hegarty, mais conhecido pelo seu trabalho na banda Antony and the Johnsons, mais uma vez um nome que não saltará ao ouvido. No entanto se ouvirmos o single Blind dos Hércules and Love Affair rapidamente reconhecemos a sua voz. É isso que se passa com a esmagadora maioria das tais bandas desconhecidas de festivais. Não conhecemos o nome, mas se ouvirmos uma música que tenha chegado a passar algumas vezes na rádio logo as reconhecemos, como acontece com a voz de Antony Hegarty. Os MGMT são outra banda cujo nome não é sonante, e no entanto o seu refrão já aparece em promos da Mtv2. E já que falo por siglas, refiro também os MSTRKRFT. Leia-se Master Kraft, a banda tecno e electro punk actuará também no Alive e conta já com alguns singles de 2006, que poderão vir a ser reconhecidos por quem espera ver Neil Young no mesmo dia, como Easy Love. Partamos agora para os autênticos festivais de Verão, Paredes de Coura e Sudoeste, onde realmente abundam as bandas desconhecidas. Principalmente neste último, mas já lá iremos. Em paredes de Coura são dignos de relevo os The Mae Shi, a banda de punk experimental, já com um grupo de fans suficientemente grande para garantir a venda de alguns bilhetes apareceu em 2004 com o álbum Terrorbird. Não são a banda mais convencional antes pelo contrário, mas o seu punk original e imprevisível é sem dúvida uma experiência diferente. Também em Paredes de Coura vão estar os The Long Blondes. O seu Indie é influenciado por Punk e New Wave, e pop dos anos 60 e contam já com 2 albuns, de relativo sucesso em Inglaterra. Antes de sair de Paredes não posso deixar de fazer referência aos portugueses Wraygunn, que se continua por perceber onde anda o seu reconhecimento. Quem ouve a sua música rapidamente afirma qualidade, e quando revelamos que são portugueses o ouvinte nem quer acreditar. Soul City é já um hino, Love Letteres From a Muthafucka a total extroversão e Go Go Dancer a festa da dança onde não falta Gospel, Blues e grandes guitarradas com toques de reminescência. O ano passado foram uma das melhores bandas no Sudoeste e este ano com muitas dificuldades serão batidos pelos Sex Pistols. E é para combater esta incoerência que a Guru visa apoiar e engrandecer as bandas portuguesas, que só por cá terem sido criadas, são sombreadas por nomes claramente de menos qualidade como os Pigeon Detectives que actuarão depois dos Wraygunn. Vamos então dar uma olhadela ao cartaz da Zambujeira do mar, e a verdade é que nos cerca de 50 nomes já confirmados talvez 10, se tanto, são reconhecidos pelo festivaleiro casual. The Most Wanted, Make Model, Melee, Júnior Boys ou Cut Copy são apenas alguns dos nomes pertencentes ao gigante lote de desconhecidos do Sudoeste. Nem todos são bons, verdade seja dita, mas alguns são dignos de destaque. Os Cut Copy são um desses nomes. Misturando electropop com Punk prometem um espectáculo alucinogénico e altamente dançável. Outra banda de destaque são os Fat Feddy’s Drop, que surgem em 2001 com o estilo de música que o Sudoeste mais pede: uma fusão de reggae, jazz e soul, num resultado que se traduz em qualidade. Por último uma referência ao recém surgido, mas já muito falado Sam Sparro. O cantor/escritor australiano irá apresentar o seu álbum homónimo de soul com alguns sons funk, que resultam em melodias agradáveis, lembrando nalgumas áreas Patrick Wolf e noutras Sean Riley and the Slowriders. Este outro lado dos festivais muitas vezes desconhecido acaba por ser uma bênção para quem procura alternativas aos movimentados cabeças de cartaz acabando em palcos secundários vazios onde se escondem grandes bandas, recentes é certo, mas provavelmente com uma carreira ainda por descobrir e explorar, que proporcionam música actual muitas vezes rejeitada por ser demasiado diferente do habitual. Felizmente os festivais portugueses, e agora infelizmente pois talvez estejam motivos financeiros por detrás, continuam a trazer nomes pequenos a juntar aos cabeças de cartaz de forma a garantir variedade e muitas horas de espectáculo. Palmas para todos, excepto para o ultra-comercial Rock in Rio, que por vezes também faz falta, nem que seja por trazer Offspring ou Apocalyptica, que acabam por actuar por baixo dos que mais aparecem no Top+.

David Bernardino

Primitive Reason/Alternative Prison - Em 1995 os Primitive Reason lançaram o seu álbum de estreia, Alternative Prison que foi altamente aclamado pela imprensa nacional e que veio introduzir no mercado nacional o género de ska, com toques de metal e reggae, resultando naquele que é sem dúvida um dos melhores álbuns nacionais da década de 90, com hits em Hipócrita ou Seven Fingered Friend que nos fazem duvidar que esta banda seja mesmo produto português. Este ano, comemorando os 15 anos de existência dos Primitive, o álbum é reeditado dando à banda uma desculpa para uma nova tournée nacional, provando que ao vivo são das bandas que melhores espectáculos dão, conquistando para a dança ska mesmo quem nunca tenha ouvido o seu som.

5/5
David Bernardino



Linda Martini/Marsupial- Depois de 'Olhos de Mongol' surge agora este belo Marsupial, que nos transporta para fora da realidade, querendo prender-nos ao seu espetáculo surreal. Pequeno mas bom, este EP abre com uma música para não esquecer, "A corda do elefante sem corda", que através de uma mensagem cuidadosa nos transporta para o início desta empolgante viagem, de guitarras certeiras.
Ao chegarmos à última música queremos mais e mais, mas a banda acaba da melhor forma, com uma lenta explosão de instrumentos, a par com uma das suas mais belas letras
em "As Putas dançam slows". Este EP é sem dúvida, uma renovação de toda a música e uma aposta numa 'nova sonoridade', a sonoridade dos Linda Martini.

5/5
João Fernandes



You Should Go Ahead/You Should Go Ahead - Apesar de já ter sido lançado o segundo álbum dos You Should Go Ahead, foi com este auto-intitulado de 2005 que a banda instantaneamente se catapultou para o sucesso, sendo escolhida para actuar em festivais de renome como o South By Southwest 2007, em Austin, Texas, ou mesmo o Creamfields, actuando antes de Prodigy e Placebo. O álbum começa de forma violentamente dançável e psicadélica com Alien Discoteque, seguindo-se Like I Was Seventeen, o primeiro single da banda que muda o registo bruscamente em relação à faixa anterior, numa das maiores características da banda: o cocktail de emoções que dá nome ao mais recente álbum (Emotional Cocktail). Seguem-se outras boas faixas de retro-rock descontraído como She’ll Turn Us All On e Wake Up Song, também transpostas para single. A banda ressuscita ao lado da vaga de rock pouco perfeccionista e revivalista de Franz Ferdinand ou Strokes, sendo os representantes mais fortes do género nacionalmente.

4/5
David Bernardino



Riding Pânico/Lady Cobra- Cá está um álbum para ouvir vezes sem conta, que transforma a música num meio de transporte, um transporte para a mente. Os Riding Pânico são uma banda com influências de rock progressivo e alternativo, que combinam toda a sua mestria nos instrumentos com uma grande sonoridade, sem vocal. Mas o vocalista aqui não faz falta, os instrumentos fazem toda a magia. Em temas como 'One Winged Cessna', ' E se a bela for o monstro' e 'Vox Humana', senti-mos toda a sua energia e creatividade, sendo que o seu som é algo que se reconhece ao longo de cada faixa, seja ela o mais diferente possivel da anterior. Um cd a ter em conta, pela sua enorme creatividade e energia.

5/5
João Fernandes



Micro Audio Waves/Odd Size Baggage – Os Micro Audio Waves, aquando do lançamento do seu primeiro álbum homónimo, foram rapidamente aclamados como uma lufada de ar fresco no campo da electrónica nacional, apresentando aquele que foi de facto um álbum brilhante. O mesmo não se pode dizer do seu seguidor Odd Size Baggage, que apesar de apresentar faixas muito boas como Down By Flow, acaba por se perder no meio da melancolia de Russian Connections ou Do This Do That acabando por não se perceber afinal o que pretende o álbum. Enquanto Down By Flow e 2Night desfilam ambient dançável com boas prestações vocais, essa sonoridade perde-se com muitas outras faixas que acabam por cair num ambient demasiado monótono e minimalista. Apesar de este ter sido o registo do primeiro álbum, lá obtínhamos loops que se encaixavam quase espacialmente lembrando até por vezes Daft Punk sem a batida. Com Odd Size Baggage é compará-lo ao primeiro “Ambient” de Moby, mas retirar-lhe a noção de variedade e originalidade sonora. Emocionalmente é um álbum talvez demasiado escuro e depressivo, não deixando de dar boas mostras de sonoridade electrónica. Ouça-se Future Smile para entender os paradoxos do álbum.

3/5
David Bernardino

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA SOCIEDADE

É inegável a influência da música no ser humano, na sua forma de agir, pensar e até mesmo de ser. O ser humano desenvolve-se em sociedade e como tal, influência esta mesma sociedade, que reciprocamente influência cada um de nós.
A música, dizem, faz parte da cultura de cada sociedade, sendo mais influênciada por determinados aspectos.
A música mexe com a roupa que usamos, a forma como vemos a vida e os nossos objectivos pessoais. E é aí que tudo se torna um encanto, pertencer a algo que nos faz sonhar, que nos consegue tornar mais fortes através do pequeno gesto de escutar e apreciar. Todos os géneros musicais têm a sua arte e qualidade, há apenas formas de diferentes para olhar para cada um deles.
Há quem se suícide pela música, há quem seja líder pela música, há quem se apaixone pela música e há também quem coloque a música à frente de tudo. Estas acepções são perigosas, mas são parte constituínte da existência musical.
A música cria grupos, que se regem por determinados rituais ou regras, mas diga-se, nada é obrigatório e é esse o valor da música, o de dar liberdade total ao ouvinte, liberdade na forma de pensar ou agir, sendo que coloca um certo toque pessoal no que dá, mas não pede obrigatoriamente o mesmo em troca.
Já falámos da influência musical nas pessoas, mas ainda não discutimos o porquê dessa influência e a sua origem. Não há ninguém por detrás de acada género musical, não há um lider, há apenas figuras, que agem como lhes compete, mas nunca com funções declarativas. Deste modo, porque nos influênciamos pela música? A questão é pertinente, mas a resposta é demasiado ampla. A música é uma arte, e como arte não é objectiva nem uma ciência exacta, deste modo não há um padrão a seguir. O ser humano não pode estereotipar a origem musical, tem que aceita-la como é e como nasceu.
A música é algo que liga o ser-humano entre si, que o faz relacionar-se.
É assim, mais que clara, a influência musical em qualquer sociedade, seja primitiva, seja na última fase de evolução.

João Fernandes

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os Gurus


OS TRÊS GURUS:
Nome-Diogo Capela
Ocupação- Estudante de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Lisboa
Bandas nacionais- Toranja, Paulo Gonzo, Blasted Mechanism, Primitive Reason e Tara Perdida
Bandas internacionais- Frank Sinatra, Skank, Bon Jovi, Aerosmith e Queen.
Filmes- Clockwork Orange, The Shining e Vanilla Sky.
Interesses- Música, Amigos e Cinema.
Outros Projectos- Nenhum
Quem é?- Hi5

Nome- João Fernandes
Ocupação- Estudante de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Setúbal
Bandas nacionais- Ella Palmer, Linda Martini, Riding Pânico, Cinemuerte e Before The Torn.
Bandas internacionais- Bon Jovi, The Smashing Pumpkins, City and Colour, Tool e Iron Maiden
Filmes- Blade Runner, Princess Mononoke, The Thin Red Line, The Fountain e Big Fish
Interesses- Cinema, Música e a Vida.
Outros Projectos- Blog
Quem é?- Myspace

Nome- Rafael Martinez Cláudio
Ocupação- Estudante de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Lisboa
Bandas nacionais- Wraygunn, Blasted Mechanism, Ornatos Violeta,Fausto Bordalo e Orangotang.
Bandas internacionais- Manu Chao, System of a Down, And you will know us by the trail of dead, Bad Religion e Devotchka.
Filmes- Fight Club, Clockwork Orange e Death Proof.
Interesses- Todo o tipo de coisas que se manifestem interessantes
Outros Projectos-Retroprojeccao Blog, Theantinoise blog, Colaborador do canal de internet Hi-Life,
Quem é?- Hi5

OS OUTROS GURUS:
Nome- David Bernardino
Ocupação- Estudante de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Lisboa
Bandas nacionais- OiOai, Wraygunn, Primitive Reason, Pedro Abrunhosa e Linda Martini.
Bandas internacionais- Apollo four forty, The Cure, Arcade Fire, Moby e Daft Punk.
Filmes- Apocalypse Now, The Game e Pulp Fiction
Interesses- Música, Cinema e vinho verde.
Outros Projectos- Retroprojeccao Blog e Pulstarwhites Blog
Quem é?- Hi5

Nome- Gilberto Conde
Ocupação- Estudante
Cidade- Setúbal
Bandas nacionais- Twenty Inch Burial, Before the Torn, Blacksunrise, Ella Palmer e More Than a Thousand.
Bandas internacionais- The Offspring, Bullet for My Valentine, Trivium, Killswitch Engage e Underoath.
Filmes- Inside Man, Scent of a Woman e The Godfather
Interesses- Desenho, Música e Ovos
Outros Projectos- Magias
Quem é?- Myspace

Nome- Inês Pott
Ocupação- Estudande de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Lisboa
Bandas nacionais- Toranja, Dazkarieh, Wraygunn, Blasted Mechanism e Tara Perdida.
Bandas internacionais- Editors, Red Hot Chilli Peppers, Hadouken!, Artic Monkeys e Sex Pistols.
Filmes- Fight Club, Sleepy Hollow e Jurassic Park
Interesses- Música, Arte e Cinema.
Outros Projectos- Nada
Quem é?- Hi5

Nome- Jorge Almeida
Ocupação- Estudante de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa
Cidade- Amadora
Bandas nacionais- David Fonseca, Pontos Negros, Skewer, Vicious Five e Moe’s Implosion.
Bandas internacionais- Foo Fighters, Pearl Jam, Nirvana, Jeff Buckey e Alter Bridge
Filmes- A Brilliant Mind, Good Will Hunting e The Mask.
Interesses- Anime,Música, sugos e pintarolas.
Outros Projectos- Nada

O Guru para todos

O Guru no vosso blog: